Deus tem nos ministrado todo Domingo no templo, onde temos sido desafiados a VIVER o evangelho de forma prática, ou seja, a ser nesta vida quem realmente somos, NOVA CRIATURA em Cristo Jesus e não o que já fomos um dia…
Logo, gostaria de desafiá-los a meditar um pouco sobre Um alerta a dubiedade existencial , que está baseado no texto de Ap 3.1-6. 1ª Parte.
A história da igreja de Sardes tem muito a ver com a história de sua cidade. A glória de Sardes estava em seu passado. Sardes foi a capital da Lídia no século VII a.C, e viveu seu tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades mais magníficas do mundo nesse tempo.
Quando o apóstolo João escreveu esta carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua glória estava no passado e seus habitantes entregavam-se aos encantos de uma vida de luxúria e prazer. A igreja tornou-se como a cidade. Em vez de influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia escondida. É exatamente neste contexto que vemos Jesus enviando esta carta à igreja. Sardes era uma poderosa igreja, dona de um grande nome. Uma igreja que tinha nome e fama, mas não vida. Tinha desempenho, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade. Aos olhos dos observadores parecia ser uma igreja viva e dinâmica. Tudo na igreja sugeria vida e vigor, mas a igreja estava morta. Era uma espiritualidade apenas de rótulo, de aparência. A maioria de seus membros ainda não eram convertidos. O diabo não precisou perseguir essa igreja de fora para dentro, ela já estava sendo derrotada pelos seus próprios pecados. Afinal, onde reina a morte pelo pecado, não há morte pelo martírio, ou seja, não há necessidade de ataques externos, pois o maior inimigo é o que está dentro.
Quando Jesus examinou a igreja mais profundamente, disse “não achei as tuas obras integras diante do meu Deus” (v.2). A reputação da igreja era diante dos homens e não diante de Deus. A fama diante dos homens nem sempre é glória diante de Deus. O cristianismo daquela igreja era apenas de nome. Seus membros pertenciam apenas ao rol da igreja, mas não à Cristo. Seus nomes constavam no livro de membros da igreja, mas não no livro da vida. Fisicamente vivos, espiritualmente mortos. Cantavam hinos de adoração, mas a mente estava longe de Deus. Pregavam com ardor, mas apenas para exibir sua cultura. A intenção do coração havia se esvaído, a motivação com que faziam as coisas, era errada.
É possível que continuemos a fazer a obra do Senhor, porém não mais com a intenção ou a motivação correta. É possível que iniciemos um ministério com a presença de Deus, com sua benção e aprovação, mas com o passar do tempo, continuemos a fazer a mesma coisa, porém, agora, sem sua presença, benção e aprovação. Isso porque, perdemos a essência, a intenção inicial foi alterada, a motivação correta se esvaiu de nossas vidas. Estamos vivendo uma dubiedade existencial, uma desconexão, uma desconstrução do caráter cristão. O mundo e as coisas da vida nos desviaram do foco. Parecemos uma coisa, mas na realidade somos outra totalmente diferente. Para Deus, não conta o que fazemos, mas a motivação e intenção com que fazemos. Posso iniciar dando água ao sedento e continuar por anos a fio fazendo a mesma coisa, porém, sem a intenção inicial. Antes, dava água por conta do próximo, contudo agora, dou água por meu prestigio. Antes minha motivação era saciar a sede do sedento. Todavia, agora faço isso para ser visto por todos como alguém de bom coração. Antes buscava a glória para Deus, agora, busco-a para mim mesmo. Não parei de fazer, ainda faço. Mas agora, só de aparência.
Jesus nos dá um alerta urgente: “arrepende-te!” (v.3). Pois, quem vive para este mundo, não tem seu nome escrito no livro da vida. Todavia, quem morre para este mundo, tem seu nome escrito no livro do céu.
Pr. Carlos Eduardo dos Santos Azevedo